quinta-feira, 29 de setembro de 2011

IMPORTANTE

Não aconselho a automedicação, e não sou de acordo com a crença de "que se bem não faz, mal não há de fazer" por este motivo, não foram descritas as formas de preparo e as dosagens para cada caso.

Não esqueçam da sábia frase de Paracelso:
"a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem".

Lembro da necessidade da consulta ao Fitoterapeuta pois, de acordo com cada caso, cada paciente e cada desarmonia orgânica, as dosagens e as formas de preparo dos fitoterápicos poderão ser indicadas.

Cada parte da planta se designa ao tratamento de uma determinada desarmonia, por isso, muitas das vezes, o uso inadequado e indiscriminado das ervas medicinais faz com que essa terapia, de grande valia e eficácia, fique desacreditada ou alvo de reportagens de caráter duvidoso.

Por isso, aconselho a busca à um fitoterapeuta para a eficácia do tratamento.

Iára Vieira

CALÊNDULA

CALÊNDULA (Calendula officinalis)

Parte utilizada: folhas e flores  

Princípios ativos: carotenóides, óleo essencial, flavonóides, saponinas (antiviral), mucilagem, resina, ácidos orgânicos, cumarinas, matérias corantes, ésteres colesterínicos, minerais (sílica, cálcio), pró vitamina B, ácido oleonóico, traços de ácido salicílico, princípios amargos (calendina), mono, di e triterpenos.

Propriedades: anti-alérgica, suavizante, refrescante, anti-inflamatório, cicatrizante, anti-séptica, antiflogística, colagoga, diaforética, vulnerária, lenitiva, anti-espasmódica, bactericida, antifúngica, anti-emética, analgésica, sudorífica, antiviral, vasodilatadora e tonificante da pele. 

Superdosagem: o uso abusivo pode causar náuseas, vômitos e depressão. 

Precauções: o uso interno não é recomendado durante a gestação devido à sua ação emenagoga.

Interações: pode ser associada ao Germanium herb nos casos de úlceras duodenais; ao Ulmus, e Chondrus, como loção para cortes e queimaduras; com Hydrastis e Mirra como anti-séptica.

Indicações: para fissura do mamilo durante a amamentação (não prejudica o lactente), inflamações da pele  e da membrana mucosa, queimaduras suaves, queimaduras do sol, escaras, vermelhidão de peles sensíveis e delicadas; feridas purulentas de difícil cicatrização, em casos de cólicas e menstruações irregulares, estimular a atividade hepática, secreção biliar e para atenuar espasmos gástricos e intestinais.

BORRAGEM

BORRAGEM (Borrago officinalis)

Parte utilizada: parte aérea (folhas, galhos e flores), óleo das sementes  

Princípios ativos: ácido silícico solúvel, açúcares de ácidos orgânicos, taninos, óleo essencial, alcalóides, mucilagem, vitamina C, nitrato de potássio nas partes verdes, sais minerais, saponinas, matéria resinosas, alcalóides; sementes possuem ácidos.  

Propriedades: diaforética, tônica, antiinflamatória, galactagoga, diurética, expectorante, adstringente, emoliente.

Superdosagem: em doses muito altas pode causar efeitos tóxicos devido aos alcalóides pirrolizidínicos, utilizar o recomendado.

Contra indicações: sensibilidade aos constituintes da planta ou do óleo.

Precauções: evitar consumir em doses superiores às recomendadas.  

Interações: as folhas de borragem podem ser trituradas com folhas de agrião e dente de leão produzindo suco depurativo excelente para a pele.

Indicações: nas afecções, das vias respiratórias (tosse, catarro, problemas pulmonares), oligúria, nefrite, problemas na vesícula biliar e fígado, reumatismo, afecções das vias urinárias, inchaços, febre e estados de convalescência, palpitações e nervosismo.  O óleo é indicado para a depressão, tensão pré menstrual, hiperatividade infantil, cirrose hepática.

BOLDO DO CHILE


BOLDO-DO-CHILE (Peumus boldus Mol.)

Parte utilizada: folhas

Princípios ativos: óleo volátil (eucaliptol, ascaridol, cineol, eugenol), alcalóides (boldina), taninos, gomas, terpenos, glicosídeos flavônicos.

Propriedades:  colerética e colagoga

Superdosagem: em doses excessivas (100mg de extrato seco ou mais) pode provocar alucinações cromáticas e auditivas, tonturas, vômitos, diarréias e convulsões.

Efeitos colaterais: não apresenta se for mantida a dose recomendada. 

Contra indicações:  oclusão das vias biliares e hepatopatia grave.

Precauções: em casos de hipersensibilidade descontinuar o uso.
   
Interações: pode ser associada ao alecrim e a alcachofra. 

Indicações: estimulante da digestão, afecções hepáticas, litíase biliar, gota.

BOLDO


BOLDO (Vernonia condensata)

Parte utilizada: folhas  

Princípios ativos: óleo essencial, saponinas, taninos, flavonóides, glicosídeo cardiotônico (vernonina) e lactonas sesquiterpênicas.

Propriedades: analgésico, aperiente, colagogo, colerético, dexintoxicante do fígado, diurético e antidiarréico.


Superdosagem: não é aconselhável o uso contínuo da planta.
 
Precauções: em excesso pode provocar irritação gástrica. 

Interações:  pode ser associada ao alecrim e a alcachofra.

Indicações: ressaca provocada por bebidas alcoólicas, males do fígado, diarréias, afecções hepáticas, baço e estômago, anemia, anúria, colecistite aguda, cálculo nos rins, bexiga e vesícula.

BARDANA


BARDANA (Arctium lappa)

Parte utilizada: folhas frescas, raízes e sementes

Princípios ativos: óleo essencial (arctiol) contendo inulina, açúcares, lapina, fitoesteróis, ácidos orgânicos, resina, composto antibiótico (semelhante à penicilina), mucilagens, taninos.

Propriedades: adstringente, antiinflamatória, antimicrobiana, anti-seborréico, anti-séptica, bactericida, diurética, hipoglicemiante, colerética, fungicida, depurativa, cicatrizante, sudorífica, emoliente, calmante, purificante, lenitivo, adstringente, estimulante do couro cabeludo nas dermatites descamantes, diaforética.

Superdosagem: dilatação da pupila, boca seca semelhante à contaminação por atropina.
   
Efeitos colaterais: irritações dérmicas e oculares.

Contra indicações: não é recomendado para produtos infantis.
 
Precauções: obedecer a dosagem indicada, não é indicado o uso interno para crianças. 

Interações: tratamento de cálculos renais, abscessos, artrite, bronquite crônica, furunculose, dermatoses purulentas, acne, eczemas, terçol, gota, reumatismo, auxiliar no tratamento do diabetes, no tratamento do couro cabeludo, caspa, seborréia, queda de cabelo, combate a anemia, cura feridas, inflamações gastrintestinais e da pele, cólicas, constipação, doenças de pele, hemorróidas, psoríase, micose de unhas e frieiras (externo).

BÁLSAMO DA HORTA


BÁLSAMO-DA-HORTA (Cotyledon orbiculata)

Parte utilizada: folhas frescas

Princípios ativos: mucilagens, alcalóides piperidínicos; triterpenos; sesquiterpenos; taninos hidrossolúveis. 

Propriedades: emoliente, antiinflamatório, balsâmica, cicatrizante, analgésico e vulnerária.

Precauções:  o suco do caule é considerado tóxico

Indicações: Ferimentos, queimaduras, inflamações da pele, contusões, ulceras, gastrites, inflamações gastrintestinais; contusões, entorses, anti-edematoso e resolutivo; Ferimentos por traumatismo, cortes, esfoladuras; Inflamações gastrintestinais; Cefaléias.

BABOSA

BABOSA (Aloe spp.)

Parte utilizada: folhas, polpas e seiva  

Princípios ativos: barbalodina, aloína (purgativo), aloquilodina, aloetina, aloeferon (cicatrizante), ácido pícrico, resinas, mucilagens e vitaminas E e C, sais minerais (cálcio, potássio, sódio, cloro, manganês, alumínio) 

Propriedades: Uso interno: purgativo drástico, vermífugo, emenagogo, colagogo, colerético, estomáquico, vulnerário, resolutivo, anti helmíntico, abortivo, tônico; Uso externo: umectante, emoliente, demulcente, antiinflamatório, vulnerário, refrescante, calmante, regenerador de tecidos, anticaspa e antiqueda de cabelos, lenitivo após sol, cicatrizante em pequenas queimaduras.

Superdosagem: podem ocorrer desmaios, hipotensão, hipotermia e nefrite quando utilizada em altas doses; existe relato de morte ao ser utilizado  8 g do pó.

Efeitos colaterais: o uso interno prolongado provoca hipocalcemia, diminui a sensibilidade do intestino, necessitando aumento gradativo da dose, ocasionando aparecimento de hemorróidas; pode causar irritação dérmica e ocular, intoxicação aguda, podendo levar à morte. 

Contra indicações: uso interno durante a gestação, aleitamento, menstruação, em casos de varizes, hemorróidas, afecções renais, enterocolites, apendicites, prostatites, cistites e disenterias.  O uso interno não é recomendado para crianças.

Precauções: evitar altas doses, longos períodos de tratamento ininterruptos via oral, deve ser ingerida por períodos curtos de, no máximo, 8 a 10 dias.
 
Interações: usado internamente pode aumentar o fluxo menstrual, pode ser combinado com carminativos para reduzir cólicas. Pode ser associado à Cascara sagrada como laxativo.  Os sais metálicos favorecem a dissolução dos glicosídeos (dissociação da aloína), de maneira que se pode associar sulfato ferroso ao aloe em diversas formulações para constipação, anemia e clorose.  Seu poder umectante é aumentado pelo uso da glicerina na formulação.

Incompatibilidades: taninos, ferro, mentol, timol, fenol.

Indicações: laxante, purificador, no tratamento de constipação crônica, icterícia, afecções biliares, febre, em ulcerações causadas pelo frio, pé de atleta, queimaduras por excesso de raio x, queimaduras solares; em pequenas doses aumenta o fluxo menstrual; acne, psoríase, coceiras, eczemas, erisipela, reumatismo, dores de cabeça, cicatrizante de pequenos ferimentos; atua como calmante nas picadas de insetos.

AVEIA

AVEIA (Avena sativa)

Parte utilizada: sementes e partes aéreas  

Princípios ativos: trigonelina, amido, vitaminas B1, B2 e B6, vitaminas K e E, pró-vitamina A, iodo, ácido salicílico, sais minerais (cobre, cobalto, manganês, zinco, ferro, cálcio)

Propriedades: diurética, sedativa, excitante do Sistema Nervoso Central, ligeiramente laxativa, calmante da tosse, contra envelhecimento da pele, anti-hemorroidal, emoliente, hipoglicemiante, antiastênico, expectorante, eupéptica, anti-esclerosante, nutriente.

Superdosagem: doses excessivas podem provocar dores de cabeça. 

Efeitos colaterais: na dose recomendada não possui efeitos colaterais.

Contra indicações: sendo rica em minerais é contra indicada para pacientes reumáticos.

Precauções: não há referência.  

Interações: seu decocto é usado no processo de desintoxicação da morfina e nicotina; para depressão pode ser usada junto com Cypripedium pubescins Willd Scutillaria laterifolia L. 

Indicações: diarréia, disenteria, hemorróidas, faringites (gargarejos), tosse, reumatismo, insônia, enfermidades da pele, artrite, afecções hepáticas, casos de fraqueza orgânica, convalescência, pessoas dispépticas, afecções do aparelho urinário, gota, nevralgias, prevenção da cárie dentária, perda do apetite, bronquites, vitaminoses, arteriosclerose, desnutrição, ansiedade.

ARTEMÍSIA

ARTEMISIA (Chrysanthemum parthenium)

Parte utilizada: extremidades floridas, raízes e folhas.

Princípios ativos: óleo essencial rico em cetonas, partenolides, germacronolides, guaianolides, e sesquiterpenos clorados. 

Propriedades: antileucorréica, emenagoga, anti-espasmódica, febrífuga, vermífuga (lombrigas, oxiúrus), colerético, diurética, sedativas, anti-inflamatória. 

Atuação Farmacológica: atua sobre a resposta plaquetária ao estresse; inibe liberação de serotonina e tromboxano, inibe a síntese das prostaglandinas e histamina.

Superdosagem: controlar o seu uso, e cuidar o excesso da dose, pois o óleo essencial da planta possui alta toxicidade.

Toxicidade: crua e em dosagem acima da recomendada é tóxica; alta toxicidade. 

Efeitos colaterais: excitação do Sistema Nervoso Central, vasodilatação, convulsões e reações alérgicas; fica presente no leite das lactantes; pode causar hepatonefrites, convulsões, problemas mentais e psíquicos. 
 
Contra indicações: não ingerir crua; não utilizar chás e tinturas das folhas frescas; não é indicada para mulheres grávidas ou que amamentam.

Precauções: não é indicada para mulheres que estão amamentando, pois suprime a lactação; não é indicada para mulheres grávidas e mulheres em período menstrual.  O Instituto Federal para Medicamentos e Produtos Medicinais da Alemanha recomenda que não se utilize o extrato de Artemísia em pacientes transplantados, pois a planta pode conter substâncias que desencadeiam o processo de rejeição.  Exerce forte ação sobre o útero em grávidas provocando o aborto.  Afeta baço, rins e fígado.

Interações: anula a ação de remédios para cicatrizar a lesão no estômago, pois aumentam a secreção dos ácidos estomacais e de pepsina - uma enzima digestiva.

Indicações: dores de cabeça, enxaquecas, artrites, diarréia, perturbações gástricas e insônia, para combater a histeria e as manifestações epiléticas, anemia carencial, dores reumáticas, enterite, facilita a menstruação, para fígado e vesícula, auxilia na eliminação de vermes, parasitose intestinal, vaginite, espasmo brônquico, convulsão infantil, menstruação difícil e dolorosa, anorexia, ansiedade, contaminação por salmonela, intoxicações, malária, mucosidade, coréia (dança de São Guido), aumenta a fertilidade.

ARRUDA

ARRUDA (Ruta graveolens)

Parte utilizada: Folhas 

Princípios ativos: óleo essencial nas raízes (pineno e limoneno), flavonóides (rutina e herperidina), cumarinas (chalepeusina e graveliferona), alcalóides (rutalinium, rutalidina, rutacridona e rubalidina), furocumarina.

Propriedades: emenagoga, sudorífica, anti-helmíntica, anti-hemorrágica, abortiva, carminativa, anti-espasmódica, diaforética e estimulante.

Superdosagem: a ingestão excessiva pode ser perigosa, podendo causar hemorragias graves.  

Efeitos colaterais: hemorragias. 

Contra indicações: não deve ser usada internamente em pessoas grávidas, que estejam amamentando  ou por pessoas de pele sensível em uso externo. 

Precauções: não utilizar sem orientação por causa dos princípios tóxicos; durante a gestação, a arruda tem efeito especial sobre o útero, aborto e à morte sem que haja parto.  

Indicações: reumatismo, nevralgias, dismenorréia e menorragias, hipertensão, verminoses, incontinência urinária, flatulências.

ARNICA


ARNICA (Arnica montana) 

Parte utilizada: folhas, rizomas e flores  

Princípios ativos: óleo essencial, triterpenos, princípios amargos, flavonóides, taninos, resinas, cumarinas, ceras, carotenóides, inulina, arnicina (princípio tóxico) alcalóide, fitosterina, ácidos orgânicos, poliacetilenos, quercitina (glicosídeo que atua na fragilidade capilar).

Propriedades: anti-inflamatória, vulnerária, tônica, estimulante, revulsiva, anti-séptica, analgésica.

Superdosagem: internamente em doses elevadas pode causar irritação gástrica, náuseas, vômitos, cólicas, distúrbios nervosos e circulatórios; externamente, pode provocar reações de hipersensibilidade de fundo alérgico, provocando rubor e ardor facial. 

Efeitos colaterais: náuseas e irritações gástricas; externamente pode provocar dermatite de contato, com formação de vesículas e, ocasionalmente, eczema. 

Contra indicações: pessoas sensíveis à planta, gravidez e lactação; o uso interno não é indicado por ser potencialmente tóxica, exceto em preparos homeopáticos. 
 
Precauções: não deve ser aplicada pura sobre a pele, deve ser diluído na água, evitar o uso interno devido a certa toxicidade; pode ser pouco tolerado por pessoas sensíveis, devendo sempre ser aplicada em pele sadia.

Interações: pode ser usada juntamente com Hamamélis, quando aplicada sobre contusões e entorses, ou com jaborandi no tratamento capilar.

Indicações: contusões, entorses, hematomas, distensões musculares; dores reumáticas, gota, flebites, afecções bucais, furúnculos; estimulante do crescimento capilar combate o excesso de oleosidade da pele.

FARMÁCIA VIVA - PARTE II


A utilização das plantas medicinais, cuja eficiência terapêutica e segurança de uso já foram avaliadas, representa uma forma de tratamento de baixo custo, acessível a toda a população.

As plantas medicinais são classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam cultivadas e comercializadas livremente, desde que sejam atendidas as condições que garantam a qualidade das mesmas. 

Uma questão que se apresenta com relação à algumas plantas medicinais é o “extrativismo”, sua exploração na natureza sem observar critérios de preservação e perpetuação.  Por este motivo, a população de muitas plantas apresenta-se muito reduzida, correndo o risco de extinção.  Pesquisas mostram que várias dessas espécies podem ser cultivadas o que contribuiria para a sobrevivência da espécie. 

O desenvolvimento de tecnologias de produção de plantas medicinais está sendo feito em Universidades e Instituições de Pesquisa com resultados que podem ser prontamente utilizados por produtores.  
  
O cultivo orgânico para plantas medicinais não é casual.  Pesquisas comprovam que a fertilização química altera o teor de princípios ativos em algumas espécies.  O uso de agrotóxicos altera o teor de princípios ativos e deixa resíduos tóxicos nas plantas que podem levar à intoxicação do usuário.  Os agrotóxicos não são permitidos no processo de sua produção.   As técnicas do cultivo orgânico permitem a obtenção de plantas medicinais com alto teor de princípios ativos.

Quanto às Plantas Medicinais é importante considerar o teor e a qualidade dos princípios ativos, que são os produtos que interessam comercialmente.  Para a preservação dos princípios ativos das plantas, deve-se respeitar suas características ecológicas, procurar reproduzir condições similares às encontradas em seus locais de ocorrência natural.

FINALIDADE

Ter sempre à mão as plantas medicinais indicadas para o tratamento de sintomas e doenças mais comuns e de menor gravidade.  Traz maior segurança no uso das plantas pela certeza da utilização da planta correta e da qualidade do material.
As plantas frescas, adequadamente colhidas, têm maiores teores de princípios ativos e evitam os perigos decorrentes da má conservação, como a presença de fungos. Uma das formas de ter essas plantas disponíveis é cultivá-las em casa, seja na horta, no jardim ou em vasos.
A implantação de Hortas Medicinais ou Farmácias Vivas nas escolas e empresas tem se tornado bastante comum.

FARMÁCIA VIVA - PARTE III

Para instalar o Horto Medicinal, seja no solo ou em vasos, deve-se escolher um local onde incida pelo menos cinco horas de sol por dia, durante o ano todo. O local deve ser bem drenado e protegido de ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor. 

Mesmo em casas que têm pouca incidência de sol é possível plantar algumas ervas que se adaptam a locais pouco iluminados.  Deve haver disponibilidade de água de boa qualidade para regar as plantas.  O Horto Medicinal pode ser feito no sítio, no quintal ou no jardim.  Para apartamentos ou casas sem quintal a opção é plantar em recipientes, que podem ser de plástico, de cerâmica, de cimento, de bambu, ou no que estiver disponível.

ESCOLHA DAS ESPÉCIES
A princípio deve-se observar as espécies nativas, as que fazem parte da flora local.  É necessário se informar sobre as exigências climáticas de cada espécie para identificar as que se adaptam ao clima local. A maioria das espécies medicinais se adapta as condições de clima tropical e subtropical; algumas precisam de clima mais frio para produzir.  Espécies que têm capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas: Alecrim, Alfavacão, Arruda, Bálsamo, Boldo, Capim cidreira, Dente de leão, Guaco, Hera terrestre, Hortelã, Levante, Malva, Manjericão, Melissa, Mil folhas Poejo, Sálvia, Tanchagem.

IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES
As plantas são conhecidas por nomes populares ou comuns e por um científico.  O nome comum é aquele dado pelas pessoas, variando de um local para outro, fazendo com que uma planta tenha um nome em cada região ou um mesmo nome para espécies diferentes, por isso, a identificação da planta somente pelo nome comum não é confiável.  A nomenclatura científica é confiável, uma vez que o nome científico é universal, é sempre o mesmo em qualquer parte do mundo.  Ao adquirir sementes ou mudas de plantas matriz, deve-se identificar corretamente a espécie medicinal.  Somente com a identificação correta pode-se ter certeza de estar utilizando uma planta com as propriedades medicinais desejadas.